terça-feira, 19 de junho de 2012

Confusão.

   Percebi que precisava daquilo no momento em que meus olhos o encontraram. Perfeição era o que o definia. Aquelas camadas todas, ah, as camadas! Mas e o dinheiro? Eu não o tinha. A placa dizia: "Não aceitamos cartões nem cheques" 
   Eu observava cada detalhe dele, cada um mais perfeito que o outro, não seria possível evitar.
   Roubar? Eu não teria coragem. Pegar dinheiro emprestado? Muita cara de pau. O jeito mesmo era andar até o caixa eletrônico, que ficava a alguns quilômetros dali. 
   Meu coração disparava, será que daria tempo? Aquele era o último no estoque, e se alguém o pegasse antes de mim? Muito arriscado. Não haveria sequer uma chance de possuí-lo. Corri até o caixa.
   Senti meu coração disparando, minha rapidez era desesperadamente assustadora. As pessoas me olhavam como se eu estivesse fugindo da polícia ou algo do gênero. 
   Cheguei ao caixa. Onde está meu cartão? Vasculhei todos os meus bolsos, não o encontrava. Era o fim! Ah! O bolso da camisa! Ali estava ele, mas o caixa estava lento naquele dia. Não podia ser, já perdera muito tempo.
   Saquei o dinheiro, corri loucamente em direção à loja. Ali estava ele, eu havia conseguido. Era meu, todo meu! 
   Mas, não pode ser, onde eu havia colocado o dinheiro sacado alguns minutos atrás? Nenhum bolso, calça e camisa, estava perdido! E o cartão? Não podia ser. E de volta ao caixa eletrônico...

2 comentários:

  1. Impressionado. Parabéns, esse eu não tive como não comentar.
    Você escreve incrivelmente bem Ana.
    E é isso, um texto que me deixou sem palavras resulta num comentário nada criativo.

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    1. Muito obrigada Rô! Você que escreve muito bem, isso aí é só falta do que fazer mesmo :)

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