domingo, 30 de dezembro de 2012

Erro.

   Quando a viu, não pôde ao menos respirar. Tão bela, tão perfeita. Tocá-la seria um erro, apreciá-la era o mínimo a se fazer. Graciosa, leve, linda. Era impossível não poder se aproximar. Decidiu-se. Foi se aproximando cada vez mais, cuidadosamente, e quando faltavam milímetros para senti-la, recuou. Seria um erro.
   Foi se afastando para livrar-se daquele desejo incontrolável, não conseguiu. Voltou em poucos segundos, permaneceu apenas observando. Bateu a brisa e ela, tão leve e linda, quase fora levada. Engraçado como algo tão simples pôde fazê-lo sentir-se tão preso. Devia se livrar daquele sentimento, daquele desejo. Parecia fácil, apenas parecia. Era tão bom apenas olhar, imaginar milhares de coisas que poderiam fazer juntos, e pensar em não desejar já parecia um tanto impossível. Em tão pouco tempo, tanta paixão, tanto desejo.
   Tocou-a. Torturou a si mesmo por permitir-se a cometer tal erro. Pois bem, seria um erro certamente? Ter algo tão desejado, é um erro? Nada podia impedi-lo, não havia erro algum. Repetiu o ato. Era tão boa a sensação...
   Foi aí que percebeu o erro, ela se afastou. Não podia tê-la. Como viver sem poder tocá-la novamente? Uma sensação tão boa indo embora, despedindo-se. Era doloroso demais. O erro estava ali, então, desejá-la, tocá-la, sem poder tê-la. 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Hibernando.

  É como se cada segundo demorasse talvez um ano, e como se os tão empolgantes e também cansativos dias de estudo ou trabalho passassem até rápido demais. Aqui estamos nas tão esperadas "férias". Temos que admitir, é bom ter alguns dias de folga, mas o que tem de tão emocionante no simples fato de que acabamos ficando o dia todo em casa não fazendo absolutamente nada?
   Os sortudos viajam, ou dependendo da situação financeira nem a viagem salva o tédio que as férias carregam nas costas. Aliás, convenhamos que descer para o litoral paulista é o mesmo que ir para a praia e então hibernar no apartamento, hotel ou casa onde estamos hospedados. Já os menos humildes, sem ofensa, fazem viagens pouco caras, como conhecer a Europa, ir para Orlando conhecer o tão sonhado e estimado Disney World.
   Porém, também não é como se ficar em casa fosse tão ruim, podemos marcar "rolês" com os amigos, conhecer os pontos turísticos da cidade com a família, ler vários livros diferentes sem ter que se preocupar com uma prova próxima, passar horas navegando na internet, escrever textos irrelevantes num blog um tanto impopular, dormir bastante ou até elaborar uma dieta maluca da qual você "se esquece" e acaba não seguindo porque nas férias o que mais fazemos é comer.
   Acho que meu ponto aqui é que todos esperamos as férias loucamente, mas quando elas chegam, nós acabamos não aproveitando tanto quanto esperamos. Claro que as férias de um ano ou outro podem ter sido maravilhosas, mas todos já tivemos um longo período de férias no qual ficamos parados esperando que surja algo para fazer. Ah, as férias, tão... maravilhosas!