domingo, 30 de dezembro de 2012

Erro.

   Quando a viu, não pôde ao menos respirar. Tão bela, tão perfeita. Tocá-la seria um erro, apreciá-la era o mínimo a se fazer. Graciosa, leve, linda. Era impossível não poder se aproximar. Decidiu-se. Foi se aproximando cada vez mais, cuidadosamente, e quando faltavam milímetros para senti-la, recuou. Seria um erro.
   Foi se afastando para livrar-se daquele desejo incontrolável, não conseguiu. Voltou em poucos segundos, permaneceu apenas observando. Bateu a brisa e ela, tão leve e linda, quase fora levada. Engraçado como algo tão simples pôde fazê-lo sentir-se tão preso. Devia se livrar daquele sentimento, daquele desejo. Parecia fácil, apenas parecia. Era tão bom apenas olhar, imaginar milhares de coisas que poderiam fazer juntos, e pensar em não desejar já parecia um tanto impossível. Em tão pouco tempo, tanta paixão, tanto desejo.
   Tocou-a. Torturou a si mesmo por permitir-se a cometer tal erro. Pois bem, seria um erro certamente? Ter algo tão desejado, é um erro? Nada podia impedi-lo, não havia erro algum. Repetiu o ato. Era tão boa a sensação...
   Foi aí que percebeu o erro, ela se afastou. Não podia tê-la. Como viver sem poder tocá-la novamente? Uma sensação tão boa indo embora, despedindo-se. Era doloroso demais. O erro estava ali, então, desejá-la, tocá-la, sem poder tê-la. 

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